As revoluções inglesas do século XVII



As revoluções burguesas do século XVII, a exemplo das Revoluções Puritana e Gloriosa na Inglaterra, trouxeram conquistas nos campos da cidadania e dos direitos humanos.  As aspirações econômicas e sociais da burguesia, em detrimento do absolutismo foram responsáveis por essas revoluções. A burguesia almejava o capitalismo e, embora fosse economicamente a classe dominante, era subordinada política e juridicamente à monarquia e à igreja. Tendo acontecido em várias localidades e em períodos distintos, destacam-se, todavia, a Revolução Puritana e Revolução Gloriosa, ambas na Inglaterra, no século XVII.

O magnífico trabalho: Revoluções burguesas contribuições para a conquista da cidadania e dos direitos fundamentais, da professora Carolina Alves de Souza Lima, nos esclarece quanto ao assunto em tela: “A revolução inglesa é a primeira das revoluções burguesas e compreende a Revolução Puritana, o Commonwealt e a Revolução Gloriosa. Inicia-se em 1640 e termina em 1688, dando origem ao primeiro país capitalista do mundo, concebido em uma monarquia constitucional de matriz liberal.”  Por conseguinte ainda nos afirma: “Não há dúvida que as causas da revolução permeiam aspectos sociais, econômicos, culturais e políticos da sociedade inglesa do século XVII. Todos eles, conjuntamente levaram à Revolução.” 

De acordo com o nosso Módulo de História Moderna II, do professor Eduardo Borges, foram duas principais revoluções Burguesas, sendo elas a Puritana e a Gloriosa e sobre isso vamos falar um pouco:
No tocante a Revolução Puritana, é esclarecido que quando, em 1603, com a morte de Elizabeth I (Dinastia Tudor - A rainha Elizabeth I não se casou e não deixou herdeiros, ficou conhecida como a rainha virgem. Sua morte não só causou o fim de seu governo como também o
fim da dinastia Tudor.)  teve início a Dinastia Stuart quando Carlos I assumiu o trono, sendo sucedido após sua morte por seu filho Jaime I. O governo de Jaime I mostrou-se bastante desastroso no trato com os elementos que caracterizavam a Inglaterra pós-Tudor. Durante a Dinastia Stuart inicia o confronto entre a monarquia, adepta do absolutismo monárquico e parlamento britânico, composto por burgueses. A motivação era não só econômica - a monarquia considerava que o desenvolvimento econômico aspirado pelos burgueses seria um entrave para o seu governo, mas também de caráter religioso - em decorrência da imposição do catolicismo aspirada pelo rei, que era católico, enquanto a maior parte da Inglaterra era anglicana e o parlamento, por sua vez, era presbiteriano. No desenvolvimento dessa revolução, Carlos I foi condenado à morte. Em consequência disso, decorre a queda do absolutismo em detrimento da ascensão da monarquia parlamentar.
Ainda no Módulo de História Moderna (BORGES) sequencia: “ Neste momento podemos pensar que, com a restauração da monarquia Stuart na Inglaterra, a mesma voltaria a viver sob um regime absolutista. Na prática, mesmo que o rei tivesse demonstrado interesse em ter de volta todos os poderes centralizadores de um monarca absolutista, a conjuntura de já ter passado por uma experiência republicana fora sufi ciente para encerrar definitivamente o ciclo absolutista na Inglerra”, entretanto, com uma leitura mais aprofundada notamos que a Revolução Gloriosa, tal como a Revolução Puritana, essencialmente marca o fim do absolutismo. A Inglaterra, cuja maior parte da população era protestante, passou a ser governada por Jaime II - rei católico, podendo assim, favorecer o catolicismo nas mais variadas vertentes, colocando os católicos a ocupar cargos de privilégio. Sabotado por sua própria filha Maria e seu genro - Guilherme Orange, ambos protestantes, o rei foge para a França e são coroados reis Guilherme e sua esposa, dando início à monarquia parlamentar, com a aprovação do Bill of Rights (Declaração dos Direitos). “Neste momento, a antiga tradição do Direito Divino do rei, se extinguiu de forma definitiva na Inglaterra e, daquele momento em diante o rei governaria porque os homens assim desejavam. A este momento histórico, pelo fato de terem feito uma “profunda mudança”, porém, sem derramamento de sangue, os ingleses denominaram Revolução Gloriosa.”
Ora, face as considerações aduzidas, podemos perceber que esses movimentos vigoram até hoje, através dos seus efeitos em nossa vida diária, quando temos liberdade para produzir, construir e os benefícios da propriedade privada.







Referências:
BORGES, Eduardo. Licenciatura em História – HISTÓRIA MODERNA II.
Disponível em <http://www.graduacaounead.uneb.br/mod/resource/view.php?id=42600> ; Acessado em 01/03/2018 às 08:14h.

LIMA, Carolina Alves de Souza. Revoluções burguesas: contribuições para a conquista da cidadania e dos direitos fundamentais. Revista Jurídica da Universidade do Sul de Santa Catarina: Unisul de Fato e de direito. Ano VII, nº 12, 2016.  Disponível em <http://www.portaldeperiodicos.unisul.br/index.php/U_Fato_Direito/article/view/3588> . Acessado em 01/03/2018 às 10:35h.
 

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